Mika, 6°

09/11/2011 22:44

Tensa com a situação, a jovem olhou receosa para o livro; dizia a respeito de um velho sábio que era capaz de voltar no tempo em momentos de transe e modificar o passado. Mika agoniada, olhou para Edna como se ela fosse a mais louca que existisse, saiu correndo da loja deixando o livro tombar no chão.
Tomou um banho e riu de si mesma por ter se deixado levar pelas idéias insanas daquela senhora. Decidiu que precisava de férias, e ao invés de investir o dinheiro que tinha conseguido guardar com esforço, gastou em uma viagem para a capital, perto da praia.
A viagem estava marcada para acontecer somente a partir de duas semanas, e neste tempo vago ela ficou a limpar e organizar o apartamento de seu pai, que sempre conversava com sua filha.
Antes, tudo o que Mika tinha era com sua amada, agora o pouco que lhe restava era seu. O egoísmo não poderia ser medido. Começou a ver o erro por ter sido tão dependente, mas não queria culpar outros pelas suas falhas.
Ela notava: tinha falhado em dar, queria apenas receber, e isto dizia em tudo, amor, cuidados, atenção, dinheiro. Ela achava que por dividir bens materiais e não trair seria a melhor namorada possível. Nunca passou pela cabeça dela que sua amada também tinha necessidades e desejos ocultos em si. Inocente e tola Mika.
Seu pai conversou com ela, mostrou o mundo que sua amada lhe tinha ocultado para proteger, e aos poucos sua mente se abriu e ajustou aos parâmetros da sociedade.
Descobriu que seus olhos, por mais encantadores que fossem, não lhe dariam tudo, que precisaria batalhar e muito para ser alguém no mundo, e que seu pai estava lhe ajudando ao invés do contrário.