Tumba Cerrada

Apresentação

Assim é a minha mente, uma tumba, em momentos, impossível até mesmo para eu abri-la. Agora se faz aberta e cerrada, de difícil compreensão. Se eu mesma não compreendo em tantos momentos, porque outros tentariam compreender?

 

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Tumba Cerrada

eles me falaram;

09/11/2011 21:48

eles me falaram; chega de morte, chega de pensamentos ruins. eu lhes disse; digam isto para a minha mente, ela não me obedece mais. eles riram e me chamaram de fraca, eu nada disse, acenei um breve tchau e retirei-me. onde eu estava com a cabeça? como poderia esperar compreensão de quem nunca sentiu um terço de tudo o que sinto? e novamente fui uma tola esperançosa.

vestiu-se de forma elegante

09/11/2011 21:47

apenas para dar um passeio no parque; botas de salto alto, saia curta e rendada, jaqueta jeans regata semi cobrindo a blusa azul marinho. os olhos cinzas intocáveis, os lábios voluptuosos tingidos por um vermelho bordô. todos que passavam por ali estavam com roupa esporte, alguns, vez por outra, passavam apressados de terno e gravata. olhavam a jovem pálida contrastada em seu batom, ela lhes chamou a atenção, porém nada de mais, pensaram que estava pegando um atalho para seu trabalho. o susto dos que ali se exercitavam foi despertado quando viram a jovem completando sua segunda volta no parque. cochichavam entre si, perguntavam em baixo tom o que ela estaria fazendo, alguns até riam, mas ninguém tinha coragem de dirigir a palavra diretamente para ela. ao terminar sua terceira volta, já suada e com dores nos pés, entrou no carro e partiu sem rumo. procurava um outro lugar e uma outra coisa para fazer enquanto ria um riso gostoso da curiosidade e burrice de todos. tão presos em regras que não compreendiam porque teria que ter um motivo a mais para se fazer uma simples caminhada em uma manhã tão linda. é só mudar uma vírgula e todos ficam desnorteados. sim, estão presos, e esta prisão tem raízes dentro deles.

“O dia está com pressa enquanto eu quase durmo. E na noite que eu deveria dormir um sono lento e calmo, eu suspiro e choro.”

09/11/2011 21:46

Káah Azamba

o doce se tornou amargo;

09/11/2011 21:45

o colorido, em cinza; o brilho, em fosco; o cheiro, em nada. e assim ela sentiu que vivia em um mundo criado por si. mas se fosse assim, não seria um mundo melhor? ela que sempre sonhava com o mundo perfeito, onde o dinheiro não era nada, o amor e o conforto eram tudo, e todos faziam o que gostavam e disto mesmo tiravam seu sustento. ela nasceu no mundo errado, disto não tenho dúvidas.

ela não queria sair de casa,

09/11/2011 21:44

não desejava algo sem ser paz, que na verdade ela nem sabia o que era essa paz e o que lhe significava. se saísse para um compromisso, sentia-se sufocada, se saía por livre vontade, não tinha companhia. pobre Blanca, perdida em si mesma, em seus medos, em seus sonhos. ela já nem sabia mais o que temer, o que sonhar, o que desejar. ela achava que paz lhe seria dormir eternamente, sem sonhar ou imaginar. até mesmo pensar lhe era um fardo. chegou a tal ponto de recriminar sua mente, antes tão credibilizada. oh, minha Blanca, por que está fugindo de si mesma? por que fugir de mim? não era eu quem lhe cuidava e ensinava? sim, era. e agora não queres aprender nada. anda por ai com a morte no rosto e a tristeza no coração. se me permitisse, lhe tomaria em meus braços e te levaria para bem longe deste tormento. se permita ser feliz outra vez, minha doce Blanca.

o mais triste é saber

09/11/2011 21:43

que me ama e nunca irá me ter, que esconde este amor por de traz de uma raiva infantil, que esconde a si mesma e as reações que teu corpo lhe causam ao me ver, numa simples inveja. não precisas falar tão mal de mim, não precisas ter tanto desprezo reservado apenas para mim. eu sei que teme mais que a morte que alguém saiba que este amor existe em você. tudo bem, eu sinto o mesmo e tenho meus meios de lhe proteger e amar sem ferir. tu és como uma irmãzinha para mim. me contento em lhe admirar se sempre lhe ver feliz, pois garota, só eu lhe conheço tão bem, e só eu sei quando finges uma tristeza ou forças um riso. é o amor da alma, saber tudo sem ao menos você precisar me contar. por isto também estamos isentas de desejo carnal. garota, cuida a ti, e assim, cuidarás de mim.

“Vocês deveriam entender que a adolescência é uma fase muito complicada para darem tantas escolhas permanentes!”

09/11/2011 21:42

Káah Azamba

ela estava perdida como sempre.

09/11/2011 21:40

ela estava perdida como sempre. resultado de sua incessante busca pelo desconhecido, por achar que encontraria em lugares diferentes o que faltava dentro de si mesma. perdida em si, esquecida pelo mundo. tratada como a rainha de si mesma e a escrava de todos. não, ela não ousaria chorar, não desta vez. seria forte, enfrentaria seus medos. não importasse o custo que teria apenas mais uma viagem ou descoberta, ela só queria sentir-se viva, sentir que vivia. e lá seguia ela, passos lentos e curiosos, um tanto quanto desastrados; a expressão de medo e felicidade esboçada em seu olhar. olhava em sua volta, ao seu redor, coisas tão iguais, tão normais, imaginava o que teria que descobrir dentro de si mesma, em terrenos antes intangíveis, e agora tão reais e tocáveis. terras longínquas que só agora ela mesma se permitia explorar. avançou alguns passos, mesmo quando uma voz familiar lhe ecoou “Blanca”. avistou, no meio de muitos panos coloridos, algo que ela tinha certeza; era uma porta. mais um lugar secreto? mais coisas a descobrir? aí estava, não tinha que descobrir nada além de que em si mesma haviam imensos lugares secretos, feitos para não se ferir ou magoar, para sonhar o quanto quisesse e morrer de tanto viver. não, mas ela queria mais. avançou apressadamente em direção à porta escondida, escorregou e agarrou-se com tamanha força nos panos, estes transformaram-se em redes que a enrolaram como num ninho gigante. a voz familiar, já não tão distante, ecoava “Blanca” cada vez com mais intensidade, e só segundos antes de sentir-se sufocada percebeu que o eco era o seu nome. tão rápido deu-se conta e despertou. de volta para a triste realidade, minha jovem Blanca.

sinto que o mundo

09/11/2011 21:39

- ou melhor, que o sol - é como eu. todos os dias ele desperta e dorme, e todas as pessoas acham isto normal, mais do que obrigação dele. porém eu sinto que em cada amanhecer há um esforço imenso da parte dele em fazer que tudo ocorra da melhor forma possível. durante o dia, e sempre o mesmo processo, ele se surpreende com a forma rude das pessoas o tratarem, não notarem sua luz, seu brilho, e permitirem que seja ofuscado pela bela e traiçoeira tempestade. mas, o mais importante; a cada anoitecer, ele sente-se vitorioso, mesmo que por vezes ache que poderia ter feito melhor. ele olha para o dia que passou e o vê como um filme, onde muitos nem repararam algo diferente: um brilho a mais, ou uma brisa mais doce. graças que isto não o desanima, pois ele sabe que sempre terá os sinceros, sensíveis e de bom coração admirando cada novo espetáculo seu. e mesmo que pareça normal, ou seja simples, nem por isto é fácil se manter no centro de tudo. ele teme ao mesmo tempo que se sente realizado. teme que o próximo dia não seja tão belo quanto o que passou, e, com certeza, alegrar a vista e o coração de muitos. ele teme não se manter de pé, estável o suficiente, que algo dê errado consigo mesmo ou com outro elemento ao seu redor. entretanto, ele merece nossa profunda admiração e respeito. o sol lindo que faz parte disto tudo e sabe a responsabilidade que tem. ele ama o que faz, mas teme que seu poder destrua algo ou alguém.

A pessoa me dá um oi,

09/11/2011 21:38

conversa comigo por uma hora, diz para manter o contato; eu falo, é claro! E então nunca mais a vejo. Simples assim.

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