Assim é a minha mente, uma tumba, em momentos, impossível até mesmo para eu abri-la. Agora se faz aberta e cerrada, de difícil compreensão. Se eu mesma não compreendo em tantos momentos, porque outros tentariam compreender?
Assim é a minha mente, uma tumba, em momentos, impossível até mesmo para eu abri-la. Agora se faz aberta e cerrada, de difícil compreensão. Se eu mesma não compreendo em tantos momentos, porque outros tentariam compreender?
Káah Azamba
olhava para a janela, três andares acima do chão, o sol forte e iluminado irritava seus olhos frágeis e impuros. seu corpo coberto por um pedaço de pano bege, um vestidinho tão velho e surrado que ela insistia em usar por simplesmente se sentir segura. sozinha em casa e quase aos prantos, suas pupilas dilatadas, o coração parecendo saltar-lhe do corpo, o peito dos pés formigando e um nó apertando sua garganta; tudo não passava de ansiedade. pensou que estava sonhando, as coisas perderam suas validades e intensidades, até mesmo a altura de três andares não lhe assustava mais, e cansou de sentir-se presa, agoniada e frustrada, quis ser livre e divertir-se. pulou janela a baixo com um riso gostoso no rosto. acordou suando frio em sua cama, já era noite e então deu-se conta, não era sua cama macia e cheirosa, muito menos seu quarto infantil, estava em um hospital rude e impossibilitada de se mover. sua ansiedade voltou pela vontade de curar-se logo e fazer loucuras outra vez.
Káah Azamba
chorei e aceitei sua proposta, que me deixasse em paz. mas minha musa, você deveria saber que é a minha paz! como então vou ser feliz longe de você? eu sei, eu sei. está tudo tão sufocante e você pouco entende do que eu já entendo muito, a culpa não é sua e você insiste em se culpar. minhas mãos estão velhas, meus olhos não tem mais vida, e a única coisa que entendo por ser real é o nosso amor. então não me venhas novamente propor algo deste tipo, ou assim vou desfalecer e virar pó antes que meu corpo parta. não pergunte qual caminho seguiremos, eu vou segurar tua mão e você me guiará. me guie enquanto eu reconstruo as bases e colunas de meu ser, enquanto eu me dobro e desdobro para voltar a ser aquela garotinha forte e guerreira que você conheceu. segure-me forte, agarre meus cabelos, o que for preciso para me manter junto de teu peito, mas não desista do nosso amor apenas porque estou fraca. eu sei que sou tão forte quanto você, porém, exatamente neste momento, não encontro forças alguma em lugar que seja, a não ser em você. e quando me ligares novamente e eu estiver chorando, não penses que a culpa é sua, ou que meu desânimo é a resposta de que teus esforços em me alegrar tem sido em vãos, se estou viva - e estou - é graças ao amor que sei que há em ti por nós.
em te ver. de ter que enfrentar teus olhos robustos e brilhantes investigando minha alma no mais profundo que possas, e você pode me ver desnuda sempre que quer, sabe derrubar minhas muralhas com uma simples palavra. você é a minha deusa, a que rege a minha vida. seria você parte de uma suposta loucura que todos dizem não existir? ou seria você o meu bem maior, que como todo bom ciclo, precisa ser um pouco mal? pouco importa, pois na verdade tudo e nada tem quase nenhum significado para mim. tudo o que me importa é você.
Culpo você, culpo ele, culpo o lugar, culpo as coisas, até que então percebo, a culpa é minha. Mas e daí? De que importa saber de quem é a culpa? É minha e pronto, e sendo minha, não tem como me punir, até porque uma autopunição seria sadomasoquismo.
luz do dia!
Káah Azamba
Desculpe, é tudo o que posso lhe dizer.
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