Mal-Caráter, 3°

09/11/2011 22:20

- Odeio dizer, mas sabia que ela ia se arrepender
- Mulheres…
- É Márcia, estou na ativa denovo.
- Nem dê moral para a Vi

Teoricamente eu não daria moral, mas na prática é sempre mais difícil e acabei perdoando-a por me trocar. Foi fácil, afinal eu havia traido muito mais, me sentia por cima novamente. Começamos a ficar.

- Não acredito!
- Ela mudou, eu sinto
- Sente? Vai sentir os chifres depois.
- Cala a boca, Márcia!
Eu não queria, mas estava apaixonada por ela. Rolou uns boatos que ela estava ficando com outras além de mim, eu havia me aquietado, cansado daquela disputa de quem traia mais.

Por insistência da Márcia, fui em uma festinha na casa dela. Conheci muita gente bacana e tinha um rapaz muito charmoso.
- Que se foda! Vou mesmo ficar com ele
- Calma Débora, você está bêbada
- E daí?
- Você vai reclamar e me culpar… - Márcia mau terminou de falar e eu já estava lá, beijando o garoto.

Passei o outro dia chorando, e como a Márcia havia dito, culpando ela.
- Débora pode parar! Você gostou que eu vi.
- Eu sei… é coisa minha. Você não entenderia, adora homens, mas eu preferia que não tivesse acontecido.
- Só que aconteceu, e pronto. Chega de resmungar e vai viver um pouco.
Estava jogada no sofá da Márcia, era 16hs e não havia trocado de roupa nem feito nada de útil, apenas assistindo TV.
*DIt! DIt! DIt!*
- Não tinha um interfone pior? - resmunguei
- É triste como você só sabe reclamar.

Márcia abriu a porta e recebeu uma moça, me apresentou, chamada Cristina.
Ela já havia me contado umas histórias sobre essa Cristina, e parecia que ela não gostava de homens e recém tinha saído de um péssimo relacionamento, quase na mesma situação que eu.

Continuei vendo TV, e as duas foram conversar na cozinha.
Elas riam tanto que fiquei curiosa, tomei um banho e como quem não queria nada, fui lá. Peguei um copo de leite e fiquei enrolando. Elas perceberam e pediram para mim sentar. Cristina estava bem aparentemente. Muito linda e misteriosa. Conversamos até as 19hs e depois fui para casa.

Era triste ter que ir para a faculdade, eu via e conversava com a Vitória, ela me fazia promessas de amor e saiamos. Eu sabia que ela não gostava de mim e era tudo ilusão, porém eu estava fraca de mais para dar um fora nela. A situação não estava boa, me desgastava. O amor e carinho que queria nela tinha que procurar em outras.
Comecei novamente a fumar frenéticamente, pelo menos me acalmava.

Márcia dizia que tinha uma ‘química’ entre eu e Cristina. Bobeira dela, se bem que uma ‘física’ eu adoraria que acontecesse, ela era encantadora.
Viramos amigas e começamos a ficar, Márcia se sentia um cupido, porém eu estava magoada de mais, só queria curtir.
Cristina me tratava diferente, me sentia importante perto dela.

Aos poucos fui deixando de sair com outras garotas, até que fiquei só com Vitória e Cristina.