Mal-Caráter, 5°

09/11/2011 22:22

“Como eu queria poder parar o tempo e pensar com calma… Não quero perder a Cris, e talvez ela esteja certa, está mesmo na hora de dar um passo à frente.” Ela estava me olhando e esperando uma resposta já havia alguns segundos, resolvi agir e disse: - Claro, por que não néh?
Ela sorriu aliviada e me beijou ali mesmo. Recebemos muitos olhares estranhos, aquilo era um parque, haviam crianças… eu não gostava de agir assim, mas era um momento especial, então tudo bem.

Nosso namoro estava indo tão rápido, e quase nada mudou, a não ser as crises de ciumes tanto dela quanto minha, pois uma pertencia a outra, então eu podia mesmo ter ciumes até de uma pedra que ela ficasse observando muito tempo. Claro que eu não era assim, ou talvez fosse.
Quando percebemos estavamos namorando a quase um ano e era tudo novidade para mim, minha primeira relação super firme e que estava levando a sério. Já havia perdido toda consideração e fama que tinha conquistado entre meus companheiro de festa, a canalha havia mesmo morrido e essas coisas a Cris nunca soube, graças a Deus.
Fazia algum tempo que eu não falava com Márcia, uns três meses mais ou menos. Havia me focado tanto em fazer um ano de namoro que tinha esquecido do resto.
Quando corri atrás de saber dela, ela estava se organizando para viajar com a família.

- Ta, mas é só uma viagem néh? Você volta depois? Tipo… férias! - eu disse brincando
- Bem que eu gostaria, mas não, meu pai ganhou um cargo melhor no trabalho, você me entende - respondeu Márcia, um pouco chateada
- Claro que eu não entendo! Sabe o que eu entendo? Que você vai me deixar aqui nessa cidade sozinha! Você sabe, é minha melhor amiga, não pode, repito NÃO PODE me deixar sozinha.
- Primeiro que eu não tenho escolha, segundo que não vou te deixar sozinha, está em ótima companhia com a Cris, e você passou três meses sem mim, você é mais forte do que imagina.
- Então pega suas coisas e esses seus consolos fajutos e vai embora mesmo, nem sei porque vim aqui, tem razão, três meses sem você foi moleza! - “se tivesse sido tão fácil como você acha, eu nem teria vindo aqui, idiota”

Saí de lá puta da vida, fui na casa da Cris e chorei no ombro dela. Ela se assustou muito, pois minha mãe adorava comentar que eu era tão fria que não havia chorado nem no enterro do meu irmão. Até que era verdade, mas sei lá, foi o estresse da briga que me deixou um pouco descontrolada, e não a perca da Márcia em si.

Márcia havia se mudado tinha uma semana, ela partiu e nem nos despedimos, continuamos brigadas, mas eu não deixava isso ocupar minha mente, estava me focando na festa de um ano com a Cris. Convidei meus parentes, alguns colegas da faculdade e fiz questão de convidar Vitória, ainda queria vingança. A Cris convidou muitos amigos e apenas a irmã dela, o resto da família não gostava nem de lembrar que ela era apaixonada por outra garota, minha família pelo contrário era super liberal, com exessão do meu avô. Claro que a Cris não sabia que eu tinha convidado a Vitória.
A Vi nem imaginava que eu ainda tinha raiva dela, eu a tratava normalmente quando nos esbarravamos pelos corredores, não estudávamos mais na mesma sala, o que foi bem melhor para mim.

O dia da festa havia chegado.
Tudo pronto e perfeito na minha casa, os convidados chegando e tudo o mais. Todos nos saudando e parabenizando.
Estava gostando muito do carinho de todos, mas me sentia um pouco deslocada, pois a maioria eram conhecidos da Cris, pelo menos ela estava feliz.
No começo da festa aparece Vitória com um amigo, nem preciso dizer que a Cris pirou, me puxou para um canto e começou a perguntar o que ela estava fazendo ali.