Mal-Caráter, 6°

09/11/2011 22:23

Como a maior inocente do mundo disse que não fazia a menor idéia, mas iria resolver tudo em breve.
Saudei Vitória e seu amigo, e o deixei à vontade nas bebidas, ele tinha cara de quem gostava de beber. Disse para a Vi que precisavamos conversar e a chamei para dentro da casa. Servi uma caipirinha e dei à ela, e começamos a conversar sobre o dia a dia, até que na segunda caipirinha ela perguntou o que era que eu precisava conversar, mas antes que eu pudesse falar qualquer coisa ela foi no banheiro, aproveitei o momento e coloquei sonífero na bebida dela, quando ela voltou continuou a beber e eu saí de lá, voltei para a festa, ao lado de Cris e cochichei:
- A Vi já foi embora, problema resolvido

Enquanto a festa rolava, dois amigos meus pegaram o corpo da Vi, que estava com tanto sono que não entendia nada, e levaram na caminhonete para longe dali, jogaram no meio de um bosque, e logo após me mandaram a msg: ‘Trabalho feito’ .

A festa foi ótima, e o amigo da Vi fez amigos por lá e encheu tanto a cara que nem se lembrou dela.
No dia seguinte deu notícia no jornal local que uma pessoa havia sido comida por lobos e ficou irreconhecível; passaram alguns meses e como Vitória havia sumido no mesmo tempo, resolveram ligar os pontos.
Eu e os participantes da festa fomos interrogados diversas vezes, e a principal suspeita era eu.
- Droga, dei muito na cara!
Cris já havia se acostumado com a idéia, acho que só ficou furiosa no começo por eu ter bolado o plano sozinha.
- Se esforce mais, porque se você for presa, eu também vou por ocultar informações.
- Cris meu amorzinho, como eles vão saber que lhe contei? Só se você contar…
- É, tem razão.

Todas as noites eu sonhava com a Vi, as vezes ela estava sorrindo e feliz, as vezes ela estava muito triste e desesperada.
“Nem gosto de imaginar pelo o que ela passou. Nem sei ao certo porque fiz aquilo, mereço mesmo um castigo.”

- Vou me entregar amanhã, finga estar surpresa e vamos aproveitar o dia de hoje.
- Ficou louca?
- Relaxa, não vou colocar ninguém no meio, até reescrevi a história.
- Débora isso é idiotice - disse Cris, já alterada - Os advogados estão fazendo um ótimo trabalho.
- Sinto que preciso de punição
- Nenhuma punição apagaria o que você fez, você tem que se manter viva.
- Eu deveria ter pensado nas consequências
- Também acho
Olhei triste para o chão - Você tem raiva de mim pelo o que fiz.
- Um pouco de medo também
- Medo? Você é a Cris, ela a Vitória, tem toda diferença! Não acredito que me compare com essas pessoas que matam por matar.
- Você vive falando que não sabe o motivo! - Gritou Cris
- Cala a Boca Cristiane, e pare de gritar comigo - Falei num tom firme e sai dali.
“Ela tem razão… e agora?”