a lua redonda de prata,

09/11/2011 21:54

a lua redonda de prata, o céu pintado com o mais fundo do mar, as criançinhas vestindo suas fantasias, seus medos ocultos rondando a porta de cada um. toc toc, fez o garotinho esqueleto na casa da velha bondosa. toc toc, e ninguém respondeu. toc toc, ele pensou em desistir, mas sua última batida foi intensa e lhe mostrou a porta entreaberta. entrou em passos curtos e medrosos, “senhora, senhora Mafalda” chamava pela casa como um miado de gato, as outras crianças lá fora indo de casa em casa e ganhando seus doces, ele até pensou em sair de lá e fazer o mesmo, mas a adrenalina e curiosidade o fizeram prosseguir. subiu as escadas daquela estranha casa que rangia sozinha, se viu de frente a outra porta. tentou, abriu, entrou. tapeou as paredes até encontrar o interruptor, a luz fraca acendeu e lá estava um corredor infinito com uma mulher encostada na parede e as mãos sujas de sangue. ela olhou-o ferozmente, ele não pensou duas vezes, saiu correndo e tropeçou pelas escadas, olhou para trás e lá estava ela, pronta a esganá-lo com sua fúria, chorou baixinho enquanto corria como um raio para fora da casa maldita, e sem querer viu a senhora Mafalda posta no chão da copa, o resto nem quis se lembrar. não falou a ninguém o que viu, trancou-se no quarto e esperou o halloween acabar.