Mika, 1°

09/11/2011 22:38

Uma vida inteira de amor jogada pelo acaso. Não, ela está exagerando, dez anos. O que seriam dez ano em uma relação que se iniciou aos 12? Seria uma adolescência inteira perdida, mas todo o resto tem solução, até mesmo o pobre e desamparado coração de Mika. “A lua é o demônio que se veste da pureza do sol”. E só agora Mika entendia o porque das palavras doces e frias de sua antiga amada. Ela era o demônio, sua amada, agora, antigo caso de amor. Tantas confusões e pensamentos apertados em seu coração.
Mika, uma jovem bronzeada dos cabelos curtos num tom castanho claro, os olhos, seus magníficos e acinzentados olhos, uma cor nunca vista antes, um azul marinho - a cor da noite - que quando tocado pelo sol, torna-se o branco mais puro, o branco acinzentado.
Ela já estava acostumada com os comentários desde o quanto seus olhos eram lindos, até o quanto eram pavorosos. Pouco importava para ela, sua antiga amada venerava aqueles olhos, e isto fazia com que Mika os amasse tanto quanto sua amada. Porém agora fora deixada sozinha, sem a menor piedade motivo. Como ela passou a odiar seus olhos e considerar-se uma aberração! Uma aberração tola e inútil.
Era modelo, mas nunca chegou a ser famosa. Já estava prestes a completar 23 anos, precisaria arranjar um emprego que lhe desse mais garantia. Procurou, mas no estado abatido que se encontrava, ninguém quis contratá-la.
Vestia-se nas últimas tendências da moda e nunca se importou com seu caráter, afinal sua ex amada sempre lhe falava o quão perfeita Mika era. Porém ela notou o contrário quando se viu sozinha e ninguém disposto a preencher a vaga que lhe faltava. Percebeu que as mulheres eram felizes mesmo com parceiras feias, e começou a pensar mais sobre isto.
Tornou-se descuidada com o visual, e nem por isto deixou de ser bela, apenas deselegante. Olhou para si mesma e sua antiga relação; onde ela havia errado? Chegou a conclusão; era narcisista de mais, precisaria mudar isto.