Encontos;

Introdução

Antes de mais nada; fique à vontade. Este é um site para todos se divertirem e emocionarem.
Com o decorrer do tempo as postagens podem se misturar e a história tal se perder no meio do caminho, por isso aconselho usar as palavras-chave. Cada história terá sua palavra-chave para facilitar as nossas vidas.
Todas as histórias, contos e fics contidos aqui são de minha autoria, e sempre que houver a participação de alguém, citarei com maior prazer.
Adoro ler opiniões, críticas e sugestões, receber convites, fazer amigos e ler as histórias/contos/fics dos outros.
Podem me considerar chata, mas eu levo muito a sério a arte de seguir, então se quiser me seguir para ter um retorno de números seguidores, desista. Só sigo blogs que realmente gosto e me atraem, e fico chateada quando percebo receber uma visita que nem leu o conteúdo do blog e apenas quer atenção para si.
Também acho bacana os leitores que tem coragem de, com sinceras palavras, dar sua opinião sobre o que digo/penso.

Quanto ao resto, pura diversão à todos nós ^^

Abraços,
Káah Azamba

 

Confira o site original.

Encontos

Mal-Caráter, 8°

09/11/2011 22:26

Minha mãe continuou falando - …em troca de você sumir deste país, trocar de vida e manter contato mensalmente comigo. - Inclinou-se na cadeira, aproximando do vidro que nos separava - É melhor do que eu pedir que pare de fazer besteiras, até porque sei que isso nunca vai acontecer.
- É uma boa proposta, trocar de vida, mudar de país e ainda lhe aturar somente uma vez ao mês, mas como vou me manter por lá sem um emprego? Por incrível que pareça, aqui na cadeia estou segura.
É claro que eu odiava ficar presa, mas não podia demonstrar isso à minha mãe, e eu sabia que se a expremesse ganharia mais coisas, afinal ela não fazia isso por amor, e sim pela campanha eleitoral dela.
- Não seja boba, o contato mensal servirá para você ganhar o seu salário como boa filha, e como sei que não confia em mim, vou lhe dar um cargo razoável em uma das empresas do Chile.
- Chile? Acha que vou para o Chile?
- É onde posso garantir que você viva bem.
- É onde você garante que a mídia não vai me pegar. Eu sou boa no que faço, posso até continuar vivendo no Brasil sem saberem que sou eu.
- Tão boa que está onde está. No Brasil não.
- Escuta mãe, eu me rendi, me entreguei…
- De idiota que foi. Alemanha está bom para você?
- Não sei alemão
- Você é inteligente… apesar de tudo.

Minha mãe não se importava com eu ter matado alguém, mas sim em ter sido pega pela justiça, era tão orgulhosa quanto eu, e sentia seu ego ferido ao saber que fui derrubada.
- Se é para mudar de vida, então que seja drásticamente… Quero morar em uma fazenda, na Alemanha.
- Melhor ainda - disse minha mãe, sorrindo vagarosamente
- Foi bom negociar com você

A visita acabou, no dia seguinte minha mãe me ligou.
Eu não queria ficar mais uns meses dormindo na prisão e fazendo trabalho comunitário, então troquei meus advogados pelos que minha mãe havia enviado. Fizeram um acordo, eu ficaria mais seis meses e depois poderia sair.
- Não era bem o que eu queria, mas já ta bom.
- Se você tivesse me avisando antes, não tinha passado de oito meses aí.
- Ta bom mãe…

Seis meses depois estava eu saindo da cadeia. Confesso que um ano e oito meses me fizeram desacostumar com tudo, sorte que iria morar na tranquilidade da fazenda.
Me sentia sozinha, minha família cheia de julgamentos contra mim, minha mãe interesseira, e meu pai era como eu, mas acho que pior, havia sumido há 5 anos. Estava sem Márcia, Vitória ou Cristina e recomeçaria sozinha, do zero, fingindo ser outra pessoa.
Com tudo o que sofri até aqui, espero ter aprendido algo, e que venha o recomeço.
 

Despedida:

A Fic Mal-Caráter termina por aqui, mas dá continuidade para a Fic Recomeço, espero que tenham se divertido.

 

Mal-Caráter, 7°

09/11/2011 22:24

Nem aproveitamos o dia, estávamos brigadas.
Descobri que ela tinha medo e raiva de mim. “Merecia ir presa também, mas eu a amo, fazer o que.”
Me entreguei à policia, contei que havia feito Vitória dormir, carregado-a (sozinha) até meu carro e levado seu corpo para o bosque. Duas horas depois havia voltado para a festa (foi o tempo que fiquei conversando sozinha com ela). Tudo se encaixou e ninguém, além de mim, saiu prejudicado.
Peguei seis anos de prisão por ter me entregado e declarado que apenas queria assustá-la, e não fazia idéia que haviam animais selvagens por ali.
Meu advogado conseguiu reduzir para quatro anos, e se tivesse um bom comportamento, poderia sair em um ano e quatro meses, e depois somente dormiria na prisão.

“Depois que eu e Cris completamos um ano de namoro e ela descobriu do homicídio, nossa relação foi de mau a pior.
Poxa Márcia, não sei o que tive na cabeça, mas achei que ela ficaria feliz em saber que a pessoa que ela odiava, jamais iria interferir novamente.
Só que foi o contrário, Cada segundo que se passava Vitória parecia mais presente entre a gente, e as brigas aumentavam.
Quando vim presa, Cris me visitou uma vez, foi triste.
Tudo o que faço aqui é escrever, apanhar e ser assediada, é tão escuro e tem um cheiro horrível, como o inferno eu acho. Pelo menos Vitória parou de me perturbar.
Faltam apenas dois meses e eu posso sair por bom comportamento, mas ainda vou ter que dormir aqui e talvez fazer alguns serviçoes comunitários.
Sabia que jamais vou poder me aposentar? É lei.
Desculpa ter sumido esse tempo todo.
Abraços,
Débora”


Um mês depois recebo duas cartas; abri uma;
“Débora,
Confesso que nem acreditei quando li sua carta, nem sabia se ainda estava viva. Antes presa do que morta, não é mesmo?
Não sei porque, mas não me surpreendi quando vi seu rosto na televisão sendo presa por um assassinato, você sempre foi doidona, era de se esperar.
Agora falando de mim, estou casada e grávida de sete meses, é um garoto.
Conheci meu marido logo após que me mudei, namoramos seis meses e depois noivamos. Ele é um amor de pessoa e está muito empolgado em ser papai.
Não leve a mau, mas não acho bom você se envolver com minha família, está tudo tão bem agora, e você sempre atrai coisas ruins.
Espero que fique livre logo.
Cuide-se,
Márcia”.


Resumindo, perdi a amiga para a droga do amor, pelo menos apareci na televisão, apesar que isso significa que vou ter que mudar o visual.

A outra carta me parecia familiar antes mesmo de abrir;
“Não estou com raiva por você ter sumido, com isso já me acostumei, o que não admito é deixar sua mãe saber que foi presa através de uma notícia no jornal da TV. Achei que fosse me procurar, mas já que não veio, eu vou.
Se prepare para minha visita no dia 14”.


Não conseguia acreditar, minha mãe?
Quase três anos sem contato algum e ela resolve aparecer? Minha vida acabou.

Dia 14 lá estava eu, presa, quando chega minha mãe. Apesar de estar na casa dos quarenta, continuava linda e sedutora, sempre de batom vermelho.
Com aquele ar de superior, ela disse;
- Conheço a filha que tenho, infelizmente. Você é um desgosto para sua família, puxou ao seu pai, aquele canalha. E não serve nem para matar alguém e sair ilesa?
Tentei me justificar, mas ela me fitou com os olhos e prosseguiu falando - Mas não foi para isso que vim aqui, quero lhe propor sua liberdade e mais um dinheirinho extra…
“Minha mãe querendo negociar? Quero nem ver”

Mal-Caráter, 6°

09/11/2011 22:23

Como a maior inocente do mundo disse que não fazia a menor idéia, mas iria resolver tudo em breve.
Saudei Vitória e seu amigo, e o deixei à vontade nas bebidas, ele tinha cara de quem gostava de beber. Disse para a Vi que precisavamos conversar e a chamei para dentro da casa. Servi uma caipirinha e dei à ela, e começamos a conversar sobre o dia a dia, até que na segunda caipirinha ela perguntou o que era que eu precisava conversar, mas antes que eu pudesse falar qualquer coisa ela foi no banheiro, aproveitei o momento e coloquei sonífero na bebida dela, quando ela voltou continuou a beber e eu saí de lá, voltei para a festa, ao lado de Cris e cochichei:
- A Vi já foi embora, problema resolvido

Enquanto a festa rolava, dois amigos meus pegaram o corpo da Vi, que estava com tanto sono que não entendia nada, e levaram na caminhonete para longe dali, jogaram no meio de um bosque, e logo após me mandaram a msg: ‘Trabalho feito’ .

A festa foi ótima, e o amigo da Vi fez amigos por lá e encheu tanto a cara que nem se lembrou dela.
No dia seguinte deu notícia no jornal local que uma pessoa havia sido comida por lobos e ficou irreconhecível; passaram alguns meses e como Vitória havia sumido no mesmo tempo, resolveram ligar os pontos.
Eu e os participantes da festa fomos interrogados diversas vezes, e a principal suspeita era eu.
- Droga, dei muito na cara!
Cris já havia se acostumado com a idéia, acho que só ficou furiosa no começo por eu ter bolado o plano sozinha.
- Se esforce mais, porque se você for presa, eu também vou por ocultar informações.
- Cris meu amorzinho, como eles vão saber que lhe contei? Só se você contar…
- É, tem razão.

Todas as noites eu sonhava com a Vi, as vezes ela estava sorrindo e feliz, as vezes ela estava muito triste e desesperada.
“Nem gosto de imaginar pelo o que ela passou. Nem sei ao certo porque fiz aquilo, mereço mesmo um castigo.”

- Vou me entregar amanhã, finga estar surpresa e vamos aproveitar o dia de hoje.
- Ficou louca?
- Relaxa, não vou colocar ninguém no meio, até reescrevi a história.
- Débora isso é idiotice - disse Cris, já alterada - Os advogados estão fazendo um ótimo trabalho.
- Sinto que preciso de punição
- Nenhuma punição apagaria o que você fez, você tem que se manter viva.
- Eu deveria ter pensado nas consequências
- Também acho
Olhei triste para o chão - Você tem raiva de mim pelo o que fiz.
- Um pouco de medo também
- Medo? Você é a Cris, ela a Vitória, tem toda diferença! Não acredito que me compare com essas pessoas que matam por matar.
- Você vive falando que não sabe o motivo! - Gritou Cris
- Cala a Boca Cristiane, e pare de gritar comigo - Falei num tom firme e sai dali.
“Ela tem razão… e agora?”

Mal-Caráter, 5°

09/11/2011 22:22

“Como eu queria poder parar o tempo e pensar com calma… Não quero perder a Cris, e talvez ela esteja certa, está mesmo na hora de dar um passo à frente.” Ela estava me olhando e esperando uma resposta já havia alguns segundos, resolvi agir e disse: - Claro, por que não néh?
Ela sorriu aliviada e me beijou ali mesmo. Recebemos muitos olhares estranhos, aquilo era um parque, haviam crianças… eu não gostava de agir assim, mas era um momento especial, então tudo bem.

Nosso namoro estava indo tão rápido, e quase nada mudou, a não ser as crises de ciumes tanto dela quanto minha, pois uma pertencia a outra, então eu podia mesmo ter ciumes até de uma pedra que ela ficasse observando muito tempo. Claro que eu não era assim, ou talvez fosse.
Quando percebemos estavamos namorando a quase um ano e era tudo novidade para mim, minha primeira relação super firme e que estava levando a sério. Já havia perdido toda consideração e fama que tinha conquistado entre meus companheiro de festa, a canalha havia mesmo morrido e essas coisas a Cris nunca soube, graças a Deus.
Fazia algum tempo que eu não falava com Márcia, uns três meses mais ou menos. Havia me focado tanto em fazer um ano de namoro que tinha esquecido do resto.
Quando corri atrás de saber dela, ela estava se organizando para viajar com a família.

- Ta, mas é só uma viagem néh? Você volta depois? Tipo… férias! - eu disse brincando
- Bem que eu gostaria, mas não, meu pai ganhou um cargo melhor no trabalho, você me entende - respondeu Márcia, um pouco chateada
- Claro que eu não entendo! Sabe o que eu entendo? Que você vai me deixar aqui nessa cidade sozinha! Você sabe, é minha melhor amiga, não pode, repito NÃO PODE me deixar sozinha.
- Primeiro que eu não tenho escolha, segundo que não vou te deixar sozinha, está em ótima companhia com a Cris, e você passou três meses sem mim, você é mais forte do que imagina.
- Então pega suas coisas e esses seus consolos fajutos e vai embora mesmo, nem sei porque vim aqui, tem razão, três meses sem você foi moleza! - “se tivesse sido tão fácil como você acha, eu nem teria vindo aqui, idiota”

Saí de lá puta da vida, fui na casa da Cris e chorei no ombro dela. Ela se assustou muito, pois minha mãe adorava comentar que eu era tão fria que não havia chorado nem no enterro do meu irmão. Até que era verdade, mas sei lá, foi o estresse da briga que me deixou um pouco descontrolada, e não a perca da Márcia em si.

Márcia havia se mudado tinha uma semana, ela partiu e nem nos despedimos, continuamos brigadas, mas eu não deixava isso ocupar minha mente, estava me focando na festa de um ano com a Cris. Convidei meus parentes, alguns colegas da faculdade e fiz questão de convidar Vitória, ainda queria vingança. A Cris convidou muitos amigos e apenas a irmã dela, o resto da família não gostava nem de lembrar que ela era apaixonada por outra garota, minha família pelo contrário era super liberal, com exessão do meu avô. Claro que a Cris não sabia que eu tinha convidado a Vitória.
A Vi nem imaginava que eu ainda tinha raiva dela, eu a tratava normalmente quando nos esbarravamos pelos corredores, não estudávamos mais na mesma sala, o que foi bem melhor para mim.

O dia da festa havia chegado.
Tudo pronto e perfeito na minha casa, os convidados chegando e tudo o mais. Todos nos saudando e parabenizando.
Estava gostando muito do carinho de todos, mas me sentia um pouco deslocada, pois a maioria eram conhecidos da Cris, pelo menos ela estava feliz.
No começo da festa aparece Vitória com um amigo, nem preciso dizer que a Cris pirou, me puxou para um canto e começou a perguntar o que ela estava fazendo ali.

Mal-Caráter, 4°

09/11/2011 22:21

O bom de estar com a Cris era a liberdade que eu tinha em ser eu mesma. Continuava ficando com a Vi por miseravelmente gostar dela. Cris ficava comigo, e com a ex geralmente quando eu sumia e dava uma de insensível.
Essas minhas atitudes orgulhosas nunca me levaram a lado algum, mas era mais forte que eu, parte do meu mal-caráter.
Cristina só conhecia minha vida a partir de quando comecei a ficar com Vi, foi tudo o que contei para ela. A pesar de achar bom enquanto durou, meus tempos de canalha haviam acabado, e se não falasse sobre isso não seria relembrado e aos poucos deixaria de existir.

Comecei a me importar com Cris, a confiar nela (para contar segredos, não fidelidade) e surpreendentemente… gostar.
“Droga, gostar!” Isso realmente me assustava, gostar é o mesmo que tomar a pessoa para si e tudo o que ela faz começa a afetar você, nesse caso à mim, e ela ainda ficava com a ex dela, resumindo, eu iria sofrer.
Como boa pessoa egoísta que sou, preferi me afastar da Cris, deixei meu coração de lado e segui a lógica.
O coração só havia me ferrado, a lógica não poderia ser pior.
Ficamos duas semanas sem nos falar, senti falta, nós nos viamos todos os dias.
Parei também de ficar com Vitória, havia cansado de ser a última opção dela. Sai com Márcia e revivi os velhos tempos, a canalha.

No dia seguinte, com uma enorme ressaca vejo no meu celular uma mensagem. Era da Cris, perguntando por que eu havia sumido.
Quis não esboçar nenhuma reação, mas não fui capaz. Meu coração acelerou e mesmo não querendo fazer nada liguei para ela e marcamos de sair eu, ela e Márcia.
Assim voltamos a nos falar, ela havia brigado de vez com a ex dela por simplesmente não querer voltar a namorar, também fez muitas perguntas de porque eu havia sumido e eu respondia que precisava de um tempo para me organizar. Márcia, que sabia de tudo, apenas ficava ouvindo a conversa.

Como antes, voltamos a nos ver todos os dias depois da faculdade, e quando não tinha compromissos saíamos juntas.
Não tinhamos nenhum relacionamento sério, mesmo assim eu não gostava de ficar com ninguém na frente dela, e ela do mesmo modo, e como eu só saia com ela, acabou que ficava sem ninguém, só com a Cris. No começo foi encômodo, mas depois comecei a achar legal e por último já não me via com outra pessoa além dela, e foi aí que me assustei.
“Me deixei envolver tanto por esta amizade colorida que acabei deixando de controlar a situação, tanto que está fora do meu controle e talvez, eu nem quero pensar nisso, mas talvez eu esteja apaixonada” Sim, sentimentos me assustam e me fazem fazer o oposto do que quero.

Vitória ainda estava no meu pé, mas eu já estava decidida, se era para me apaixonar, que fosse então pela pessoa certa. Sei lá se essa pessoa seria a Cris, mas com certeza não seria a Vi, e foi aí que comecei a me afastar dela pra valer, o que me dificultou um pouco na faculdade, pois era com ela que fazia as provas em dupla e a maioria dos trabalhos.

- Precisamos conversar - disse Cris, num ar de mistério
- Não tenho boas lembranças dessa frase, fala logo o que você quer
- Só quero conversar
- Tudo bem
Nos encontramos no parque e sentamos no banco que dava de frente ao pôr-do-sol, uma imagem linda e romântica.
- Tantos anos morando aqui e nunca havia vindo neste lugar - disse admirando tudo.
Cris tirou uma aliança do bolso do casaco (estava muito frio), colocou entre minhas mãos e perguntou; - O que me diria se eu quisesse aprofundar nossa relação?
“Relação? Que relação? Temos uma amizade colorida, só isso… Ta, estou chocada, admito”.
Eram tantos pensamentos em minha cabeça que não consegui dizer nada, apenas a olhei sorrindo e segurei a mão dela e a aliança firmemente.

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